Escritoros - Escritoras

Este ano passei a anotar minhas leituras de livros. Uma forma de me organizar e de retomar algumas leituras marcantes, outras que têm sido adiadas, e ainda outras que em que as leituras são fragmentadas e (promessas nunca concluídas) um dia faria de modo completo.

Pois bem: começo a ver que são muito mais leituras do que imaginara. Além de leitura de um jornal de âmbito nacional/internacional, e não poderia deixar de fazer a leitura de um jornal local. Se não o fizesse, ficaria sabendo do mundo e desconheceria o que acontece a meu lado.

Parece que nunca acreditamos que ao nosso lado, em nossa cidade também existem pessoas que muito produzem, criam, investem, pessoas que realmente existem, existem mesmo, existem de fato.

Mas não quero agora falar desse nosso desprezo pelo próprio quintal, pela nossa praça, pelas nossas ruas. Muito menos falarei dos obstáculos que são colocados e descolocados permanentemente: como isso acontece sempre, achamos que assim é que deve ser.

Do que quero neste momento falar é do fantástico exercício de quem escreve, de quem põe as ideias no papel (ou outro meio publicável) e com suas ideias nos passam ideias, histórias, poesia, resultado de pesquisas... e um mundo imenso de informações que nos fazem adquirir vivências que nos permitem um passo a mais em nossa trajetória, não precisamos sentir na pele, não precisamos cortar a carne para saber do peso que é a existência humana. Afinal, viver é simples. Viver como nossos sonhos determinam é que não é bem assim. Afinal, querer não é poder; querer é pôr-se a caminho sabendo que precisa – talvez – voltar.

Mas o que devemos ler? Leia o que quiser. De preferência busque mais leituras além daquelas que está acostumado a ler, abra possibilidades, informe-se do que você pouco sabe, esteja aberto a mais reflexões. E ler é pensar, refletir, dialogar com todos os períodos, todas as geografias, todas as culturas.

Devo passar da leitura de 200 (duzentos mesmo) livros neste ano. Mesmo que reduza o ritmo (que eu não quero) das leituras. Mas, pesando os ESCRITOROS e as ESCRITORAS, na balança daqueles que escrevem, o peso é igual: em qualidade, em competência, em criatividade, em fluência, em conhecimento.

Entre ESCRITOROS e ESCRITORAS, tenha a preferência pela leitura. Nosso olhar dirá ao nosso coração que nossa mente está sedenta de viagens literárias. Ou científicas. Só não quer alheamento.

Carlos Francisco Freixo, luso-brasileiro, Membro da Associação Prudentina de Escritores-APE; poeta, escritor, diretor de teatro, compositor, produtor cultural, professor; autor dos livros Nove Meses Mais; Minha Hora Plena; Cacófatos Histéoricos; 111; Que Fado é Este?; Fui Covarde.