Tecnologia

Apple diz que App Store rejeitou quase 2 milhões de aplicativos irregulares em 2020

Fabricante do iPhone também publicou estatísticas sobre pagamentos barrados, que somaram US$ 1,5 bilhão e utilizaram 3 milhões de cartões roubados. Diretor da...

Por Daniele de Melo Cardoso

13/05/2021 às 09:48:13 - Atualizado há

A Apple publicou estatísticas referentes ao processo de aprovação de aplicativos e pagamentos da App Store, a loja oficial de aplicativos para dispositivos como iPhone e iPad. Segundo a companhia, quase 2 milhões de apps e US$ 1,5 bilhão em pagamentos foram bloqueados em 2020.

O número exato de apps bloqueados não foi revelado. A Apple disse apenas "quase 1 milhão" de apps novos e "quase 1 milhão" de atualizações foram rejeitadas ou removidas. Juntos, portanto, esses dois grupos somariam quase 2 milhões de aplicativos.

Entre esses apps rejeitados, 215 mil realizavam alguma violação de privacidade. Isso não significa que os apps eram necessariamente maliciosos – é possível que eles não estavam de acordo com as políticas da loja por solicitarem mais dados do que o necessário.

Contudo, 48 mil aplicativos tinham "funções ocultas" e outros 150 mil eram clones de outros apps da loja ou buscavam enganar os usuários.

Muitos criminosos clonam apps legítimos e adicionam uma programação velada para exibir anúncios indesejados ou roubar informações, confundindo usuários que acreditam estar obtendo o app original.

Hackers também tentam modificar o funcionamento dos aplicativos em atualizações, adicionando recursos maliciosos depois de ganhar a confiança dos usuários. A Apple considera isso uma fraude, o que ocasionou a remoção de 95 mil apps da loja.

Embora a Apple não mencione sua disputa judicial com a Epic Games, desenvolvedora do jogo "Fortnite", é muito provável que a batalha nos tribunais tenha ao menos motivado a decisão da companhia de aumentar a transparência da App Store.

É a primeira vez que a fabricante do iPhone divulga esses números. A Apple não mencionou, por outro lado, quantos usuários de iPhone instalaram algum dos apps maliciosos que passaram pela fiscalização da loja.

Um documento do processo contra a Epic recentemente revelou que a Apple soube que mais de 128 milhões de usuários instalaram apps com comportamento oculto em 2015, por exemplo.

Nas estatísticas da App Store que divulgou publicamente, fora do embate judicial, a Apple reconheceu que é impossível detectar todos os problemas, mas omitiu dados sobre essas falhas.

O Google, que opera a Play Store – concorrente similar à App Store para o Android – divulga estatísticas anuais sobre o trabalho de remoção e bloqueio de aplicativos. Em abril, um relatório da criadora do Android revelou que 962 mil apps foram bloqueados em 2020.

Apesar de algumas semelhanças, os números não podem ser comparados, já que as lojas possuem regras diferentes para o que é aceitável. A Apple é considerada mais rígida que a concorrente.

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Google barrou 1,9 bilhão de instalações de aplicativos nocivos para Android em 2019

Por outro lado, a Apple revela que suspendeu 470 mil contas de desenvolvedores e barrou mais 205 mil novos cadastros, enquanto o Google diz ter bloqueado 119 mil contas no mesmo período.

Criadores de aplicativos são obrigados a criar uma conta de desenvolvedor para que seja possível enviar os apps para loja e realizar outras atividades.

Trata-se da maior possível diferença entre as duas empresas, já que o número de desenvolvedores barrados pela Apple é cinco vezes maior. A divergência pode indicar que golpistas atuam de forma específica em cada loja ou que o Google aplica punições mais brandas nessas contas.

O contraste entre as duas empresas fica ainda maior quando se leva em conta que o cadastro de desenvolvedor do Google é mais barato. A criadora do Android cobra uma taxa única de 25 dólares, enquanto a taxa da Apple, de 99 dólares, exige renovação anual.

Nessa comparação financeira, os cadastros bloqueados pelo Google representam um movimento de US$ 2,9 milhões, enquanto os da Apple somam até US$ 66 milhões.

Suspeita de US$ 1,5 bilhão em fraudes

Embora a Apple não tenha informado quantos usuários de iPhone são vítimas de apps maliciosos – como o Google costuma fazer –, a empresa revelou estatísticas referentes ao sistema de pagamentos da App Store, algo inédito nesse ramo.

O uso da App Store como método de pagamento é obrigatório para aplicativos que vendem serviços exclusivamente virtuais, como é o caso de jogos. Apps que prestam serviços fora do ambiente virtual – como é o caso de apps de delivery comida – podem oferecer outros métodos de pagamento.

Segundo a Apple, seus sistemas impediram o uso de 3 milhões de cartões de créditos roubados, bloquearam 1 milhão de contas e barraram transferências "potencialmente fraudulentas" que somaram US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,8 bilhões).

A companhia também suspendeu permanentemente 244 milhões de contas de usuários na App Store. Essas contas eram usadas para impulsionar a popularidade de apps com avaliações falsas, por exemplo. Outras 424 milhões de contas foram bloqueadas já no processo de cadastramento.

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Fonte: G1
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