Mesmo inelegível Bolsonaro em entrevista diz ser candidato sobre eleições de 2026: "Estou vivo e o candidato sou eu"
A recente declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro de que é o "único candidato da direita" para as eleições presidenciais de 2026 levanta questões sobre a política brasileira e o papel da justiça eleitoral. Mesmo inelegível, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inabilitado para concorrer a cargos públicos por oito anos, Bolsonaro declarou à revista Veja que não reconhece a decisão como definitiva e acredita ser alvo de perseguição política. Esse episódio suscita um debate sobre a transparência e a credibilidade das instituições democráticas no país, bem como sobre a possibilidade de candidatos inelegíveis conseguirem manter influência política.
A inelegibilidade de Bolsonaro é resultado de um julgamento por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, em um caso que remonta a julho de 2022, quando ele se reuniu com embaixadores estrangeiros e questionou a integridade do sistema eleitoral sem apresentar provas concretas. Para o TSE, essa ação foi entendida como uma tentativa de influenciar negativamente a percepção pública sobre a confiabilidade das eleições, caracterizando-se como abuso de poder. De acordo com os princípios democráticos e o papel da Justiça Eleitoral, atitudes que possam comprometer a confiança no processo eleitoral necessitam de julgamento rigoroso, pois a base de uma democracia forte está na confiança de seus cidadãos nas instituições que organizam e supervisionam o processo democrático.
Apesar de sua inelegibilidade, Bolsonaro reafirmou seu desejo de concorrer em 2026 e expôs estratégias para reverter a decisão, como a mobilização popular e ações no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). Esse tipo de declaração desafia o papel das instituições e pode fortalecer um discurso de contestação à Justiça Eleitoral. A sua postura levanta dúvidas sobre a capacidade das instituições em garantir que decisões sejam respeitadas e mantidas, sem que indivíduos ou grupos políticos possam manipulá-las em benefício próprio.
Além disso, a estratégia de Bolsonaro em manter-se presente no cenário político e afirmar-se como "o único nome viável da direita" mostra a complexidade das disputas eleitorais. Em um contexto onde o apoio popular e a imagem pública se tornam tão importantes quanto a elegibilidade formal, candidatos inelegíveis podem continuar influenciando as eleições ao alimentar a lealdade de suas bases eleitorais. Este comportamento, embora legal, pode confundir o eleitorado e criar uma falsa expectativa sobre a real viabilidade da candidatura, além de ser potencialmente desestabilizador para o cenário político.
Em conclusão, a candidatura declarada de Bolsonaro para 2026, mesmo com o status de inelegível, desafia o papel e a autoridade das instituições democráticas no Brasil. Esse caso evidencia a importância de decisões claras e firmes por parte do TSE e do STF para garantir que as regras eleitorais sejam respeitadas. Assim, é fundamental que o Brasil mantenha a credibilidade de suas instituições, assegurando que processos e decisões judiciais sejam seguidos e preservando o equilíbrio entre o desejo popular e a ordem democrática.