Até o momento, foram realizados cerca de 8.850 exames nos laboratórios de referência, em todo o Brasil, para comprovação de casos de...
Até o momento, foram realizados cerca de 8.850 exames nos laboratórios de referĂȘncia, em todo o Brasil, para comprovação de casos de varĂola dos macacos, informou ontem (16) à AgĂȘncia Brasil o Ministério da SaĂșde. O nĂșmero de exames realizados diariamente varia de acordo com as notificações e a chegada das amostras aos laboratórios. O paĂs acumula 2,8 mil casos da doença, espalhados por 22 estados.
Atualmente, oito unidades de referĂȘncia realizam o diagnóstico, sendo quatro laboratórios centrais de SaĂșde PĂșblica (Lacen), localizados nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, e mais quatro unidades de referĂȘncia nacional, sendo duas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Rio de Janeiro e no Amazonas; uma da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e uma no Instituto Evandro Chagas, no estado do ParĂĄ. Dessa forma, o ministério assegurou que "é possĂvel garantir a cobertura do diagnóstico de todo o paĂs".
O ministro da SaĂșde, Marcelo Queiroga, informou em entrevista ao programa A Voz do Brasil, na Ășltima sexta-feira (12), que todos os laboratórios centrais de saĂșde pĂșblica estarão aptos a fazer o teste do tipo RT-PCR para varĂola dos macacos até o final de agosto.
O coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da (UFRJ), Amilcar Tanure, defendeu hoje, em entrevista à AgĂȘncia Brasil, que sejam realizados mais testes e que o nĂșmero de laboratórios aptos a realizar a testagem seja ampliado. "Eu acho que tem que aumentar isso, para que os pacientes tenham mais acesso. Além disso, como o vĂrus estĂĄ dando lesões não tão exuberantes, a recomendação é que pessoas que desconfiem que seja varĂola dos macacos procurem atendimento médico, uma unidade de pronto atendimento, e vão se testar".
Tanure disse que é intenção da Secretaria de Estado de SaĂșde do Rio de Janeiro criar dois locais para centralizar esses pacientes para coleta de amostras. Um dos centros de testagem funcionaria no Maracanã, na capital, e outro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. "É muito importante expandir os locais de teste e de coleta e treinar os profissionais de saĂșde para fazerem uma coleta correta para o teste funcionar bem. Quanto mais a gente testar, mais vai conseguir isolar pessoas infectadas e bloquear a transmissão do vĂrus".
A secretaria confirmou que vai abrir nas próximas semanas um posto para coleta de material para testagem de casos suspeitos de varĂola dos macacos. O serviço serĂĄ realizado apenas para pacientes encaminhados por unidades de saĂșde, após exame clĂnico. As amostras serão enviadas para anĂĄlise no Laboratório de EnterovĂrus do Instituto Oswaldo Cruz e nos Laboratórios de Biologia Molecular de VĂrus e de Virologia Molecular da UFRJ, que são referenciados pelo Ministério da SaĂșde no estado do Rio de Janeiro. Não foi informado, entretanto, onde serĂĄ o local de coleta de material.
Amilcar Tanure acrescentou que a universidade também estĂĄ tentando ampliar a testagem. "A gente estĂĄ tentando abrir um sĂtio desses no Fundão, no mesmo local onde jĂĄ atende pacientes com covid-19", mencionou. Possivelmente, serĂĄ localizado no mesmo prédio onde funciona o NĂșcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes da UFRJ, ligado à Faculdade de Medicina. O nĂșcleo dĂĄ assistĂȘncia aos pacientes e acompanhamento clĂnico para ver quando ocorre a melhora e diminuição das lesões.
O Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ realizou até agora 1,3 mil testes de varĂola dos macacos, a partir de amostras recebidas dos estados do Rio de Janeiro e EspĂrito Santo. A taxa de positividade de 40% foi considerada elevada pelo pesquisador. O laboratório faz o teste molecular para identificar o vĂrus que estĂĄ na pele das pessoas. Até hoje, 368 casos foram confirmados no estado, de acordo com a Secretaria de SaĂșde