Quem sabe faz a hora...

Essa poderosa frase do título acima referente a música, Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, tem um significado muito especial na vida de todos nós. Estamos vivendo um momento onde sentimos uma forte indignação, um poderoso sentimento que esteve presente em grandes mudanças que houveram na história política do mundo. Temos que fazer acontecer e não esperar o universo trazer as soluções de mão beijada. Orações servem para nos fortalecer, mas só rezar não adianta se não fizermos acontecer. Estamos desorientados? Estamos desiludidos? Será que são sentimentos comuns para esse tempo em que estamos vivendo? Não acredito. Sabemos o que está acontecendo nessa tão jovem e frágil Democracia. Não precisamos da tutela de ninguém e não vamos perguntar o que está acontecendo. A insegurança e o medo são frutos da falta de conhecimento. Nossa indignação tem honra, tem conhecimento, tem inconformismo, tem sentimento e tem coragem. Não estamos desencantados e muito menos sem esperança. Estamos cientes do que está acontecendo. Não aceitamos mais os discursos politicamente corretos e falsos em nome dessa falsa Democracia feito por homens que só pensam em dinheiro e poder. O nosso canto é uma faca bem afiada que quer rasgar a garganta que vocaliza a voz da mentira e da demagogia de todo esse sistema corrupto. A covardia e a omissão do Presidente do Senado Rodrigo Pacheco é profundamente lamentável. O Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira também decepciona com sua ambição de se permanecer no poder a qualquer preço. Nossos homens públicos não tem princípios éticos e nem morais e muitos menos um sentimento nobre de pátria. Sabemos que temos raras excessões no Congresso, mas estão sendo nsuficientes para calar a voz do TOMA LÁ DÁ CÁ que está voltando com mais indecência e com mais fome de satisfazer benesses particulares. Os interesses do Brasil são jogados na lata do lixo. Estamos assistindo a falência do sistema Presidencialista de coalisão. Prefiro dizer que nosso sistema é um Presidencialismo baseado em interesses escusos e particulares. O nosso Capitalismo de Compadrio deve voltar vestido de colarinho branco da imoralidade. Os amigos do Rei querem a volta da corrupção. A operação Lava Jato sendo desmontada onde juízes são perseguidos e bandidos condenados pelo maior esquema de corrupção sendo soltos. Nossa Constituição sendo desrespeitada e rasgada por aqueles que juraram defendê-la. A grande imprensa afundou sua consciência na lama fazendo parte nesse jogo sujo do vale tudo por verbas publicitárias. O fim continua justificando os meios. A Corte maior da Justiça brasileira se tornou infelismente parte determinante dessa iniquidade. O Supremo Tribunal Federal está tomando o lugar do Congresso Nacional e os nobres políticos ficam omissos e calados. Voltaremos a ver a corrupção como um tubarão faminto nadando em águas obscuras. Os homens públicos estão desprovidos de honra e patriotismo. Pobre Pátria amada ou pobre de nós? Um povo que não defende a sua Pátria não pode ser considerado um povo. Estamos sentindo nossa liberdade desaparecer. Se não tem liberdade não teremos pátria. Nós sabemos quem somos, por isso façamos AGORA. O político francês, escritor, diplomata e ensaísta, François-René de Chateaubriand disse:

"Depois da liberdade desaparecer, resta um país, mas já não há pátria". A sociedade vai continuar de braços dados cantando: "Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer"...

Pérsio Melem Isaac Empresário e Cronista Político