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Tantura 1948: O massacre que Israel não conseguiu apagar

Por PORTAL GRANDE PRUDENTE

27/02/2024 às 10:26:57 - Atualizado há

Na noite de 22 para 23 de Maio de 1948, uma semana após o estabelecimento do Estado de Israel, o 33º batalhão da Brigada Alexandroni lançou um ataque contra a aldeia palestina de Tantura, utilizando fogo de metralhadoras pesadas seguido de um ataque de infantaria. O combate foi de curta duração mas, após a rendição dos aldeãos, as milícias sionistas procederam ao massacre de mais de duas centenas de prisioneiros desarmados. A notícia do massacre era conhecida do lado palestino, mas sistematicamente negada pelo lado israelita. Uma tese de mestrado de Theodore Katz, um aluno da Universidade de Haifa, que confirmou a ocorrência do massacre com base em dezenas de testemunhos de sobreviventes palestinos e de milicianos sionistas, foi denegrida e o seu autor perseguido em tribunal. O historiador Ilan Pappé, professor de Katz, defendeu a veracidade da tese o que lhe valeu a expulsão da Universidade de Haifa e o exílio em Inglaterra, onde é professor na Universidade de Exeter. Mas o tema do massacre de Tantura voltou à atualidade, com enorme ressonância, com a estreia mundial do filme Tantura, do realizador israelita Alon Schwarz, no Festival de Cinema de Sundance, no dia 20 de Janeiro de 2022. Schwarz partiu das gravações áudio de Katz e reuniu novas entrevistas com vários ex-soldados e outras testemunhas que confirmam o massacre e fornecem detalhes aterradores. Antes, durante e depois de 1948. Até 1948, Tantura era uma tranquila aldeia costeira, nas encostas do Monte Carmelo, no Norte da Palestina. Tinha cerca de 1700 habitantes que viviam da pesca e do cultivo de cereais e pomares de citrinos, bananas e outras árvores de fruto. A sua localização ditou o seu destino. Em 11 de Maio de 1948, David Ben-Gurion ordenou à milícia sionista Haganah que procedesse à «limpeza» de Tantura e outras aldeias que constituíam um enclave árabe na estrada entre Telavive e Haifa. A Brigada Alexandroni foi encarregada da tarefa com as consequências que hoje se conhecem. Os desentendimentos religiosos, interesses políticos e econômicos, disputas territoriais, rivalidades étnicas, entre outras razões, são as principais causas de quaisquer Guerras em quaisquer épocas.


Pérsio Melem Isaac - Empresário e Cronista Político

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