POLÍTICA

Esperança ou desecanto?

Por PORTAL GRANDE PRUDENTE

15/02/2024 às 11:11:33 - Atualizado há

Nos anos vinte os tempos eram incertos. A Primeira Grande Guerra Mundial tinha destruído grandes Impérios e Monarquias seculares. A Europa não estava em harmonia. Não acreditavam mais em seus eternos Reis e Rainhas e muito menos na Democracia como um regime capaz de prover o bem estar geral. Nada era estável e o desencanto tomou lugar da esperança. Estava iniciando um novo ciclo da história. O futuro não parecia mais como um ethos de esperança e expectativas positivas, se fez um invólucro de medo e pesadelos. A segurança, a liberdade, a estabilidade e a ilusória faculdade de controlar o que pode acontecer causam esse distanciamento entre a esperança e o desencanto. Essa descrença, deram lugar a dúvida de qual regime político poderia atender os anseios de uma sociedade que estava desmontada no âmbito coletivo. O cenário era complexo. Um homem de uma estatura considera baixa( 1.68 m), filho de um socialista, e que cresceu em ambientes anarquicos e socialistas, aparece nesse cenário conturbado. Era um leitor voraz, formado em jornalismo. Seu poder de oratória começa a encantar os corações desencantados. Seus discursos encantam artistas, politicos de várias nacionalidades e intelectuais, abraçados em suas utopias. Sua oratória vai seduzindo milhões de pessoas. Estabelece as bases ideologicas de um partido, onde seus participantes usam "Camisas Negras", como símbolo de luto da Itália. O desencanto vai ganhando força e leva a sociedade italiana a acreditar que esse homem levaria a Itália aos tempos de glória do seu passado imperialista. A Monarquia Parlamentarista italiana, finge não ver a ascensão desse novo dito modelo político. Pouco a pouco, ele e seus "Camisas Negras" ganham a simpatia dos meios militares, dos conservadores, dos nacionalistas, de setores da igreja, dos grandes proprietários de terra e da classe média. Em outubro de 1922 acontece a "Marcha de Roma" onde 50.000 mil "Camisas Negras" desfilam imponentes exigindo a entrega do poder. O Rei Vitor Emanuel III, pressionado por militares e pela alta burguesia, convida ele para ocupar o cargo de Primeiro-Ministro. Em 1924 ele obtém 64% dos votos e seu poder tem poucos obstáculos para implantar o fascismo na Itália. Seu nome era Benito Mussolini aclamado pela Igreja católica, empresários, povo, artistas e intelectuais como IL DUCE, O LÍDER. Em 1928 no Tratado de Latrão, assina o decreto que cria o Estado do Vaticano. A Igreja Católica recebe uma indenização pelos territórios pontifícios perdidos durante a Unificação Italiana. Em contrapartida, Mussolini obteve o apoio dos católicos e melhora usa imagem internacional. Assim o desencanto deu lugar a uma esperança que o povo italiano iria sonhar que o Império Romano iria retornar.


Pérsio Melem Isaac - Empresário e Cronista Político

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