PolĂ­tica damares alves

Só a denúncia pode acionar rede de proteção de mulheres, diz ministra

Por Redação

10/08/2021 às 11:06:57 - Atualizado hĂĄ

A ministra da Mulher, da FamĂ­lia e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta segunda-feira (9) que é preciso encorajar as pessoas a denunciarem casos de violĂȘncia contra a mulher. Segundo ela, só com a denĂșncia é possĂ­vel acionar a rede de proteção das vĂ­timas.

"Tem gente que acha que não adianta denunciar, que não vira nada. Vamos tirar isso da cabeça, vira sim. A denĂșncia é a porta de entrada para uma rede de proteção da mulher e é por meio da denĂșncia que todos nós aqui somos acionados", afirmou durante um debate virtual promovido pela Secretaria da Mulher do Distrito Federal. O evento debateu o legado da Lei Maria da Penha, que completou 15 anos de promulgação no Ășltimo sĂĄbado.

Damares Alves também destacou que a maior parte das mulheres que morreram vĂ­timas de violĂȘncia não tinham medida protetiva decretada, o que poderia ter evitado mortes. "Mais de 70% das mulheres que morreram assassinadas por seu companheiro ou por outra pessoa, não estavam na rede de proteção, ainda não tinham medida protetiva. Isso quer dizer que se elas tivessem uma medida protetiva, é possĂ­vel que elas não tivessem sido assassinadas", pontuou. A ministra enfatizou ainda que não apenas a vĂ­tima, mas qualquer pessoa pode denunciar o caso de uma mulher submetida à violĂȘncia doméstica, seja de qual tipo for. "Qualquer pessoa pode denunciar a violĂȘncia e a gente garante o anonimato", ressaltou.

A lei, considerada uma das trĂȘs melhores no mundo pelas Nações Unidas, juntamente com a da Espanha e a do Chile, prevĂȘ mecanismos inovadores, como medidas protetivas, ações de prevenção, suporte às mulheres e grupos reflexivos para homens.

Segundo a ministra, desde que foi promulgada, em 2006, a Lei Maria da Penha passou por diversos aperfeiçoamentos. Ela citou, por exemplo, a recente criação do tipo penal violĂȘncia psicológica. Com isso, a lei define atualmente cinco formas de violĂȘncia: fĂ­sica, sexual, moral, psicológica e patrimonial.

"HĂĄ 15 anos atrĂĄs, por exemplo, nós não tĂ­nhamos o WhatsApp e hoje nós temos violĂȘncias contra a mulher no WhatsApp. Então, a lei tem que se adequar às necessidades e às transformações que acontecem na sociedade", afirmou.

Uma outra atualização, feita em 2019, passou a permitir que autoridades policiais determinassem a aplicação de medidas protetivas a mulheres vĂ­timas de violĂȘncia doméstica. "Tem cidades no interior do Brasil que não tem fórum, que não tem juiz", lembrou a ministra ao destacar a mudança.

Segundo dados do Portal de Monitoramento da PolĂ­tica JudiciĂĄria de Enfrentamento à ViolĂȘncia Doméstica contra as Mulheres do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foram concedidas 386.390 medidas protetivas no ano passado.

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