LITERATURA

ARNALDO

Por PORTAL GRANDE PRUDENTE

11/04/2022 às 13:56:17 - Atualizado há

Arnaldo parece um filósofo porque escreveu "AS COISAS". Ele não inventou "AS COISAS", mas pensa "AS COISAS" porque é um ser humano. Ser humano é aquele que tem um cérebro que funciona para pensar "AS COISAS" e pensar o que fazer com "AS COISAS". Quando faz uso do cérebro, "AS COISAS" ampliam sua função de "COISAS" e passam a ser outras "COISAS". Assim como Arnaldo é um nome que foi dado a um ser humano assim que nasceu. Que dó. Mas esse ser humano foi crescendo e outros seres humanos começaram a gritar Arnaldo no meio da rua. E os seres humanos descobriram que o nome feio que deram para o recém-nascido, o nome feio para o bebê, o nome feio foi ficando Menino Arnaldo. Arnaldo só não era menino igual a todo menino porque parece que crescia mais que os outros. Parece que pegava mais frutas nas árvores. Parece que gostava de futebol. Mas deve ter desistido porque parecia uma trave. Altura de uma trave. Aí desistiu de ser trave. E o jeito foi encontrar outros seres humanos que pareciam traves. Mas não era para serem traves. Achou. E viraram partituras. Todas aquelas notas de música que viram harmonia, que viram música que a gente não para de cantar porque é música boa, música de gente grande. Cada um tocava um instrumento diferente. Todos cantavam. Juntos pareciam titãs. Ficaram muito tempo juntos. Fizeram muita gente cantar junto. Tinham Cabeça de Dinossauro. Por isso foram a melhor banda de todos os tempos da última semana. Ainda estamos em sonífera ilha. Turma de gigantes. Alguns gigantes foram fazer um som em outros lugares que precisavam de um som bonito para transpirarem bonito. E o Arnaldo? O Arnaldo foi fazer mais sons. Fazia som sozinho só quando estava fazendo música nova. Depois chamava a turma para espalhar música no ar. Mais ou menos como no futebol. A gente às vezes não entende, mas é bom e vai apreciar junto. Fazer a música junto é coisa de torcida boa. Aí somos todos tribalistas. Mas aí Arnaldo foi ficando na gente como titã, foi ficando na gente como trave que a gente às vezes precisa encostar quando as pernas se cansam. Ou a gente precisa pensar. Por isso o titã foi ficando na gente, gigante. Mas como gigante só cresce se pensar, Arnaldo foi ficando menino. Arnaldo foi ficando filósofo. Arnaldo foi escrevendo "AS COISAS". E a gente foi gostando do Arnaldo que tinha nome esquisito de recém-nascido, que tinha nome esquisito de bebê, que gostava de futebol, mas parecia trave, acho que não conseguia chutar bola na rede, mas virou titã. Fez a música "O Silêncio" que era bem barulhenta. Mas o Arnaldo é muito bom Menino, Menino Gigante, Menino Titã, Tribalista, filósofo das coisas que existem. Por isso a gente gosta do Arnaldo. Por isso a gente gosta do que Arnaldo escreve. Por isso a gente gosta do que Arnaldo canta. Arnaldo virou nome bonito. Agora, Antunes, não sei não. Mas é sobrenome que ficou bem ao lado do Arnaldo.


Carlos Francisco Freixo, luso-brasileiro, Membro da Associação Prudentina de Escritores-APE; poeta, escritor, diretor de teatro, compositor, produtor cultural, professor; autor dos livros Nove Meses Mais; Minha Hora Plena; Cacófatos Histéoricos; 111; Que Fado é Este?; Fui Covarde.


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