Deus quis contar com você para que a vida se completasse. O gesto concreto do amor à vida e a consciência não apenas de gerar, mas cuidar, com a mão que acolhe e encaminha, com a voz de quem fala e escuta, com o ato de amor e esperança, com o gesto de quem aprende e ensina
E, quando esperamos a vida, ela é preparada com amor. E esse amor é feito com paciência. E essa paciência é feita com preocupações. E essas preocupações são amenizadas com o diálogo, com a confiança, com a permanente motivação de quem vê sua vida continuar com as bênçãos de Deus.
Mas, como será essa vida? Como pacientemente esperar por nove meses a semente que vira vida, carinho, esperança? Só o amor pode permitir esse gesto. Só o amor pode entender que isso é parte de um milagre. E a alegria de fazer parte desse milagre é tão intensa que não há outro sentido para a vida a não ser agradecer por esse milagre do nascimento, do crescimento, da formação da família.
Um milagre que não se repete a cada filho que nasce. Um milagre que se renova a cada filho que cresce. Um milagre compartilhado entre o divino e o humano. Uma celebração do espírito compartilhada em família dando sentido ao encontro, dando esperança que abre caminhos para o encontro.
Ser mãe é alimentar essa pequena vida no abraço, no carinho, no primeiro ato de amor, quando a palavra ainda se desconhece, mas o gesto é terno, é eterno.
Carlos Francisco Freixo, luso-brasileiro, Membro da Associação Prudentina de Escritores-APE; poeta, escritor, diretor de teatro, compositor, produtor cultural, professor; autor dos livros Nove Meses Mais; Minha Hora Plena; Cacófatos Histéoricos; 111; Que Fado é Este?; Fui Covarde, Oratório de São Francisco, Equipa do Batestrada, Cronos e Cromos.